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Gabriella Coelho
11 de ago. de 2025, 13:56

Como o sal e a água impactam a saúde dos rins


Os rins são órgãos bilaterais, localizados na região lombar do nosso corpo, um em cada lado da coluna vertebral. A função deles é filtrar o sangue e auxiliar na eliminação de impurezas e toxinas do organismo, manter o equilíbrio hídrico, além de atuarem como produtores de hormônios.


Para garantir o bom funcionamento dos rins, é essencial equilibrar a balança de dois elementos muito presentes na nossa alimentação e no dia a dia: água e sal. Então, vamos entender como a relação entre eles pode impactar a saúde dos nossos rins?


A hidratação é fundamental para o bom funcionamento renal e para a redução do risco de desenvolver cálculos renais – as famosas “pedras nos rins”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere a ingestão diária de 2,5 litros de água para um homem de 70 kg e 2,2 litros para uma mulher de 58 kg.


Entretanto, é necessário ter cautela. O excesso de água no organismo pode acarretar uma condição chamada hiponatremia, caracterizada pela queda do nível normal de sódio no sangue em relação ao volume de água.


Para evitar erros e excessos, basta respeitar a sua sede e calibrar a ingestão hídrica de acordo com a cor da urina: se estiver mais escura, beba mais água; se estiver clara, é sinal de que a hidratação está adequada.


Mas e o sal?


A relação do sal com a função renal se dá através do sódio, que compõe cerca de 40% da sua composição. Os rins filtram a quantidade ideal de sódio para o organismo e eliminam o excedente através do suor e da urina. O sódio, por sua vez, equilibra a distribuição da água no corpo, ajudando a regular a pressão arterial.


A OMS recomenda a ingestão de, no máximo, 5 g de sal por dia (o equivalente a uma colher de chá). No entanto, a população brasileira consome, em média, 4,8 g. Esse número é bastante expressivo, pois quanto maior a ingestão de sal, maior o volume de líquido retido e, consequentemente, maior o esforço dos rins para filtrar o sangue. Com o tempo, essa sobrecarga pode prejudicar seu funcionamento e aumentar o risco de doenças renais crônicas.


Outro impacto importante é sobre a pressão arterial. Se os rins não conseguem eliminar todo o excesso de sal, a pressão tende a subir, afetando outros órgãos (como o coração, por exemplo) e comprometendo ainda mais a saúde renal.


Mudanças simples de hábito podem garantir o equilíbrio da balança sal–água. Para aqueles que têm dificuldade em ingerir a litragem recomendada de água por dia, a dica é estabelecer metas de consumo, se necessário com o auxílio de aplicativos ou alarmes no celular, para lembrá-lo de beber água em intervalos regulares. Já para a redução do sal na dieta, dê preferência a alimentos in natura e temperos naturais e evite o consumo de alimentos ultraprocessados.


É importante consultar um médico nefrologista ou nutricionista para receber orientações personalizadas sobre como reduzir o risco de doenças renais e outras condições relacionadas ao excesso de sódio.


Manter a saúde dos rins passa por escolhas conscientes e cotidianas. Equilibrar o consumo de água e sal é um cuidado simples, mas poderoso. O corpo dá sinais, e ouvir esses sinais é um gesto de autocuidado. Pequenas mudanças hoje podem fazer toda a diferença para o seu bem-estar amanhã.