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Bianca Di Stadio
9 de out. de 2025, 03:08

Obesidade na adolescência: os impactos que vão além do peso e o caminho para a prevenção


Este artigo traz uma perspectiva pessoal. Vivi com obesidade desde a adolescência e sofri bastante com essa condição. Após um término de namoro, encontrei na comida um refúgio. Era como se a comida me confortasse, ela era o abraço que eu precisava. Cheguei aos 137 kg. Passei por comentários cruéis, situações constrangedoras e um ciclo de baixa autoestima.


Passei por comentários como: "Você é tão bonita de rosto, tenta emagrecer"; "Você só precisa fechar a boca"; e "Com o corpo que você tem, nenhuma roupa fica boa em você".


Minha vida mudou quando um médico, de forma respeitosa, sugeriu a cirurgia bariátrica. Fiz o procedimento, perdi mais de 50 kg e ganhei qualidade de vida. Esse é um assunto para um próximo artigo, siga a gente!


Ao contrário do que muitos pensam, a obesidade não é sinônimo de preguiça, mas uma condição de saúde complexa que pode envolver genética, questões emocionais e psicológicas, e até o ambiente em que se vive. Além da minha experiência pessoal, os números mostram que essa é uma questão de saúde pública. Segundo o Conselho Federal de Nutrição (CFN), a estimativa é que 31% da população adulta no Brasil viverá com obesidade até 2025.


Eu fiz parte dessas estatísticas. Por isso, além do meu relato, preparei algumas dicas preventivas contra a obesidade, com base no conhecimento da Dra. Sophie Deram, nutricionista franco-brasileira e Ph.D:


- Procure acompanhamento profissional para investigar causas hormonais ou metabólicas e também a possibilidade de causas emocionais.


- Evite dietas muito restritivas. Prefira alimentos de verdade, como verduras, legumes, frutas, grãos e proteínas. Mastigar bem e comer devagar ajuda o cérebro a perceber a saciedade.


- Trabalhe a aceitação do corpo. O emagrecimento deve ser pela saúde, não para seguir padrões da mídia. Muitos corpos "perfeitos" são mantidos com medicamentos ou anabolizantes, que são prejudiciais à saúde.


- O apoio da família faz toda a diferença. Cobranças em excesso podem gerar frustração e até levar o jovem a comer escondido. Incentive refeições juntos, esportes, dança, pintura ou qualquer atividade que traga bem-estar.


- Crie pequenas rotinas, como horários regulares para as refeições, para reduzir os "beliscos" de alimentos menos nutritivos.


- Valorize a vida social e emocional. Festas, passeios e o convívio com amigos ajudam a reduzir a ansiedade e sentimentos de inadequação.


A adolescência é uma fase delicada: não somos mais crianças, mas ainda não somos adultos. É um momento de afirmação e de buscar o próprio lugar no mundo. Nesse contexto, o que mais ajuda é o apoio e a compreensão de adultos empáticos.


Compartilhei minha história para mostrar o ponto de vista de alguém que já passou por isso e, por essa razão, gostaria de ajudar quem enfrenta desafios semelhantes.


Obrigada por ter me acompanhado nesta leitura. Nos vemos no próximo artigo!